quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Leia, não ouça

Meu pai não tinha educação
Ainda me lembro, era um grande coração
Ganhava a vida com muito suor
Mas mesmo assim não podia ser pior

Pouco dinheiro pra poder pagar
Todas as contas e despesas do lar
Mas Deus quis vê-lo no chão
Com as mãos levantadas pro céu
Implorando perdão

Chorei, meu pai disse: "Boa sorte",
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
E disse

"Marvin, agora é só você e
não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer"

Três dias depois de morrer
Meu pai, eu queria saber
Mas não botava nem um pé na escola
Mamãe lembrava disso a toda hora

Todo dia antes do sol sair
Eu trabalhava sem me distrair
As vezes acho que não vai dar pé
Eu queria fugir, mas onde eu estiver
Eu sei muito bem o que ele quis dizer
Meu pai, eu me lembro, não me deixa esquecer
Ele disse

"Marvin, a vida é pra valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino eu sei de cor"

E então um dia uma forte chuva veio
E acabou com o trabalho de um ano inteiro
E aos treze anos de idade eu sentia
todo o peso do mundo em
minhas costas
Eu queria jogar mas perdi a aposta, e
Trabalhava feito um burro nos campos
Só via carne se roubasse um frango
Meu pai cuidava de toda a família
Sem perceber segui a mesma trilha
Toda noite minha mãe orava

"Deus, era em nome da fome
que eu roubava"

Dez anos passaram, cresceram
meus irmãos
E os anjos levaram minha mãe
pelas mãos
Chorei, meu pai disse: "Boa sorte"
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
Ele disse

"Marvin, agora é só você
E não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer".

"Marvin, a vida é pra valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino eu sei de cor".

Titas -  Marvin

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Era feio, mas era poeta

"Se o amor pudesse de repente compreender
Toda loucura que um amor pode conter
Se ele pudesse, num momento de razão
Saber ao menos quanto dói uma paixão
Quem sabe o amor, ao descobrir a dor de amar
Partisse embora para nunca mais voltar
Mas me parece que uma prece ia nascer
Na voz daqueles que o amor mais fez sofrer
A lhe dizer que vale mais morrer de dor
Do que viver num paraíso sem amor"

Vinicius de Moraes

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

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"A crítica não arranca flores imaginárias dos grilhões para que os homens suportem os grilhões sem fantasias e consolo, mas para que se livrem deles e que possam brotar as flores vivas" Karl Marx.